Após 28 anos Brigada Militar, deixa Presídio Central em operação criada para ser provisória em 1995.
Atualizado: 31 de ago.
Em 1995 fazia apenas cinco anos que eu estava nas fileiras da policia militar. Eu era jovem e ansioso com a dinâmica frenética do policiamento ostensivo e o policiamento de trânsito entre outras atribuições da brigada militar (BM). Surgia naquela manhã do dia 25 de julho de 1995 a operação canarinho, proposta do governo do estado que entre outras funções tinha a missão de pacificar o Presidio Central de Porto Alegre, maior cadeia pública da região.

O Rio Grande do Sul, não diferente do resto do país, vivia um verdadeiro colapso do sistema carcerário com a super lotação e o aumento significativo da influencia de facções criminosas, que na prática subverteram a ordem normal e passaram a cumprir a função de estado paralelo do crime.
A ideia pioneira de estender o policiamento da muralha e da revista pessoal, até então de atribuição da policia militar, para o gerenciamento total do Presídio Central era uma aposta. Deu tão certo que a policia militar e a ideia de "provisório" passaram ao escopo de permanente, o que levou a um longo período de pacificação, não só do Presídio Central mas de todo sistema carcerário gaúcho, que me arrisco a dizer por ter vivido esse momento histórico, serviu de exemplo para as outras cadeias gaúchas.

Hoje depois de 28 anos, com um índice quase zero de rebeliões e eventos críticos envolvendo o sistema, a brigada militar se vê na eminência de devolver a administração do Presídio Central a instituição que de fato e de direito possuí a competência legal para faze-lo, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Fica aqui meu agradecimento pela atuação profissional e eficiente da Força Tarefa de Presídios da nossa Brigada Militar (BM), ao longo desses 28 anos, colaborando para a manutenção da ordem e estabilidade em nossas casas prisionais.